quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O CICLO DE AUTO-SABOTAGEM: CONSEQUÊNCIAS NOS RELACIONAMENTOS E CARREIRA PROFISSIONAL

O sucesso e a satisfação no emprego, às vezes, tem menos haver com competência profissional específica e mais com relacionamentos interpessoais. Muitos de nós conhecemos pessoas competentes que foram remanejadas porque irritavam aqueles com quem trabalhavam. Muitos de nós conhecemos pessoas brilhantes e talentosas que não foram além de um certo nível por inabilidade em entrosar-se com chefes e/ou colegas. Algumas dessas pessoas pulam de emprego em emprego culpando os colegas e/ou superiores hierárquicos no trabalho por suas dificuldades. Também em posições empreendedoras, são muitos os que repetem insucessos por suas limitações relacionais com seus parceiros no empreendimento, fornecedores e clientes.

No entanto, tanto os que migram para novos empregos, como aqueles que se lançam a novos empreendimentos, costumam, inconscientemente, repetir os mesmos procedimentos relacionais inadequados, num  processo constante de auto-sabotagem. É o “Ciclo de Auto-Sabotagem”, conforme descrevem Rosner e Hermes em seus estudos (2009).

Mas, por que repetimos atitudes que destroem nossos relacionamentos, tanto no âmbito de nossas vidas pessoais, como na ambiência de nosso trabalho e, consequentemente, deixando um rastro indesejado de sofrimento pessoal e insucesso no decorrer de nossa Carreira Profissional?
É porque costumamos levar nossas experiências pessoais não conscientemente analisadas para o trabalho. Levamos nossa personalidade, nossa história e os padrões de relacionamentos anteriores, inclusive aqueles que construímos com pessoas significativas em nosso processo de desenvolvimento (pais, irmãos, demais parentes, professores, etc.), reproduzindo ambiência profissional, tanto o que existe de “OK”, como de “NÃO OK” em nossa percepção existencial e atitudes relacionais.
É por isso, que muitos costumam projetar na figura de um chefe ou superior hierárquico exigente, a imagem do pai e/ou mãe severa que teve. Um colega de mesmo ou semelhante nível funcional que busque ascensão profissional, pode ser visualizado como rival  cruel, se sobre ele for projetada inconscientemente, é claro, a recordação de vivências familiares desagradáveis com uma irmão ou um irmão competitivo na luta por aceitação e sucesso na vida familiar de origem.
Dentro do mesmo processo de reprodução de vivências relacionais, inadequadamente entendidas e, por consequência, não bem resolvidas, também costuma-se transferir de um ambiente profissional anterior a um novo, percepções contextuais e atitudes interpessoais não atualizadas a luz do novo contexto organizacional, alimentando-se assim, o ciclo inadequado de comportamentos interpessoais não positivos, causadores das insatisfações pessoais e profissionais.
O caminho para resolvermos estas questões interrompendo o “Ciclo de Auto-Sabotagem”, é tomarmos consciência quanto às reincidências comportamentais não satisfatórias em nossos relacionamentos e buscarmos o auxílio profissional adequado para compreensão de suas origens e dos “gatilhos” (tipos de estímulos) que acionam os mecanismos internos responsáveis por deflagrarem as mesmas.
Sem esta consciência é comum que costumemos projetar em novos contextos, inclusive dentro do espaço de nosso  exercício profissional, como supra comentado, percepções contaminadas por vivências existenciais passadas, muitas das quais oriundas de experiências infantis e familiares responsáveis por estados emocionais profundamente insatisfatórios.
Conscientes destes mecanismos, poderemos ressignificar nossa percepção quanto a estas vivências e assim atualizarmos nossas atitudes e comportamentos interrelacionais, interrompendo o “Ciclo de Auto-Sabotagem” nos âmbitos de nossa Vida Pessoal e Profissional.


A compreensão e ressignificação de vivências como estas, que entravam nossa qualidade de vida e dificultam a satisfação e o sucesso de nossas carreiras profissionais, como nós que nos  impedem de caminhar, é um dos eixos da intervenção de um Professional and Self Coaching.




quarta-feira, 16 de outubro de 2013

COMPORTAMENTOS TRANSACIONAIS QUE DIFICULTAM RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS: PODEMOS IDENTIFICÁ-LOS

Na última postagem iniciamos uma série de abordagens sobre o tema “Relacionamentos”, tendo como foco principal seus impactos na qualidade da ambiência de trabalho e no sucesso da carreira profissional.
Nesta postagem falaremos um pouco mais sobre as “transações” (“unidade básica de relacionamento social”, segundo Eric Berne, criador da teoria da Análise Transacional – AT), considerado o significante interesse que esta parte do escrito gerou em alguns profissionais que leram a matéria.
Na AT, os relacionamentos humanos são compostos basicamente de “transações”, uma palavra de uso amplo no campo comercial; implicando na troca de bens e serviços entre duas ou mais pessoas ou entidades. Também na AT a “transação” tem essa conotação, pela qual “eu lhe dou alguma coisa, e você me dá alguma coisa em troca”.
Portanto, em AT, uma “transação” é, na verdade, “qualquer movimento ou ação que uma pessoa empreende no seu relacionamento com os outros, provocando no outro, movimento ou ação de volta” (Oliveira, 1984).
Analisando os três tipos básicos de “transações” considerados na Teoria da AT (Transações Cruzadas, Ulteriores e Complementares), mais comumente estimuladas e/ou aceitas  por um indivíduo, podemos perceber a estrutura básica de sua atual personalidade e de que maneira esta estruturação condiciona seu relacionamento consigo mesmo e com outras pessoas, tanto em casa, como no trabalho e em outros contextos onde interaja.








O verdadeiro desafio em questões de relacionamentos, não é encontrarmos novas pessoas ou ambientes para renovarmos as experiências interpessoais, mas sim desenvolver novos olhares e comportamentos quanto as já existentes.


Entendendo como se estrutura nossa personalidade, poderemos examinar suas transações (formas de interação) típicas com outras pessoas. Passamos a ter uma percepção mais nítida e real de adequação ou inadequação, de salubridade ou insalubridade, ou mesmo da patologia desses nossos tipos de interações mais costumeiras. Assim, poderemos estabelecer Estratégias para a Mudança do nosso comportamento interpessoal, naquilo que este comportamento  não satisfaça as próprias expectativas que temos quanto a relacionamentos saudáveis com os outros, seja em nosso âmbito de vida pessoal e/ou na ambiência de nosso trabalho e carreira profissional.
Por isso, muitas vezes em uma intervenção profissional como Coach, empregamos estratégias, técnicas e ferramentas (instrumentos) para identificar e trabalhar questões como estas, visto os “ruídos de comunicação” e entraves que podem provocar nos relacionamentos humanos, impedindo o alcance dos resultados de realização pessoal e profissional que almejamos.
Acreditamos que seja próprio registrar ainda nesta postagem, uma distinção entre Coaching e Terapia, pois comumente ao se comentar sobre o comportamento humano e quanto às estratégias para intervenção sobre o mesmo, muitos levantam dúvidas sobre esta questão.
Segundo a publicação “Coaching Passo a Passo” (Paiva et ali, 2012), a Terapia tem foco de sua intervenção predominante no passado e o Coaching foca sua atuação no presente e no futuro; a Terapia busca diagnosticar e tratar disfunções e tem a cura como meta principal, enquanto o Coaching trabalha com indivíduos considerados saudáveis, focando a partir do entendimento das possíveis causas dos comportamentos presentes, considerados inadequados  para o desempenho social e profissional desejados, uma mudança dos mesmos na direção de um perfil comportamental mais positivo no futuro.








  Coaching é, fundamentalmente, um processo para a facilitação da mudança que vai levar aos resultados desejados: facilitação do movimento de um estado atual (A) para um  estado futuro mais desejável (B).










terça-feira, 8 de outubro de 2013

A IMPORTÂNCIA DOS RELACIONAMENTOS NO DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL



Nesta postagem, optamos iniciar a discussão das questões em torno do tema “Relacionamentos”, com foco quanto aos impactos dos mesmos na qualidade da ambiência de trabalho e no sucesso da carreira profissional.

Começamos por reconhecer a indiscutível importância que os relacionamentos possuem em todos os âmbitos de nossa vida social e até no velado âmbito de nossa vida interior, onde muitas vezes os “diálogos internos” entre nossos três “estados do ego”(Pai, Adulto e Criança, conforme terminologia utilizada nos estudos de Eric Berne, criador da Análise Transacional – AT), são tão intensos que não facilitam a administração dos conflitos em nosso interior e, consequentemente, a partir destes, também não encontramos facilitação de resolvermos os externos, principalmente porque outras pessoas, que muito provavelmente como nós , também estão submetidas a “diálogos internos” similares.

Dentro da abordagem teórica da Análise Transacional, quando duas ou mais pessoas relacionam-se, ao interagirem, fazem-no através de seus estados do ego, estabelecendo uma “transação” que para Eric Berne autor da Teoria da AT,é uma “unidade básica de relacionamento social”(vide “Jogos da Vida”, Artenova, São Paulo, 1974).

Estas interações, iniciadas nos relacionamentos a partir de um estímulo verbal ou não verbal básico(chamado “estímulo transacional”  na AT), recebe da outra ou outras pessoas em reposta, também manifestação (s) verbal(s) e/ou não verbal(s) (denominada “resposta transacional”).
Infelizmente, quando a(s) resposta(s) obtida(s) não condiz(em) com a(s) esperada(s), estabelecem-se conflitos iniciais nos relacionamentos, que dependendo da forma de administração dos mesmos, podem ser resolvidos ou intensificados.

Em função de questões tão costumeiras e aparentemente simples como estas levantadas na teorização da AT, mas de fortes impactos no dia-a-dia de nossas vidas na ambiência do trabalho, é que cursos, seminários e programas de treinamento em Relações Humanas apresentam cada vez maior frequência nas empresas. Na verdade, todas estas iniciativas buscam alterar,  para melhor, o entendimento quanto a importância de atualizarmos nossos padrões comportamentais nos  relacionamentos e de exercitarmos estratégias para que possamos concretamente modificá-los positivamente em nosso cotidiano,  dentro de nossa prática funcional e exercício profissional.

Outro exemplo de necessária modificação do padrão de nossos relacionamentos,  inclusive  ao nível de nossa individualidade, é quando resolvemos redefinir o relacionamento que nossa Personalidade vem mantendo com a Vida  e o Trabalho, sem considerar os reclamos de nossa Alma, conforme já postado em matéria anterior neste blog.

No obstante, o já comentado nesta postagem inicial dirigida ao tema dos relacionamentos, desejamos ainda firmar, parafraseando o livro “Os 100 Segredos dos Bons Relacionamentos” (Nivem, 2003), que bons relacionamentos exigem equilíbrio: Portanto, nenhuma das partes pode ser mais importante , nenhuma pode ficar mais envolvida  ou empenhada que a outra. Nenhuma das duas pode tomar todas as decisões e, consequentemente guardar sozinha as responsabilidades. Nenhuma pode fazer todos os sacrifícios. Em um relacionamento saudável, nenhuma das partes desempenha o papel principal sempre, pois sem equilíbrio, mesmo na relação de direitos e deveres mais claramente explícita no mundo profissional, não existe um relacionamento qualitativamente saudável.

Qualquer que seja a natureza dos relacionamentos, sejam os de ordem parental, os puramente afetivo sociais, os profissionais, os organizacionais e, assumo afirmar, até nos espirituais, não há a “parte constantemente mais importante”. Cada parte é igualmente importante à relação, revezando-se uma com a outra, conforme suas sazonalidades de atuação, considerado o papel  inerente a cada uma, dentro de cada etapa destes relacionamentos.

É restrita e reducionista, embora não pouco comum o entendimento de relacionamentos mantidos prioritariamente com base em posições antecipadamente definidas, seja em função de classes sociais, hierarquias institucionais, organizacionais e outras tantas distorções alimentadas, principalmente, pela rigidez relacional gerada pela ambição ao poder, pela vaidade, pelo orgulho, pela prepotência e por outras tantas imperfeições originadas ainda pelos atrasos evolutivos em nossa natureza humana.

O que mais nos diferencia quanto a importância dentro dos relacionamento que estabelecemos é a consciência e a consequente responsabilidade com que cada um de nós se empenha e desempenha a parte que nos cabe nos mesmos.








Portanto, lembre-se sempre de lembrar e nunca esquecer que “Um Relacionamento Saudável Começa com Você”.







quarta-feira, 2 de outubro de 2013

I TALKSHOW DE GESTÃO DE ACADEMIAS: UM EXEMPLO DE ESTRATÉGIA POSITIVA

No último sábado, dia 28/09/2013, realizou-se no auditório DA UNIVERSIDADE Estácio de Sá, Campus R9, o I TALKSHOW DE GESTÃO DE ACADEMIAS, organizado pela Câmara de Gestão de Academias e Mercado de Trabalho do CREF1/RJ/ES, atualmente sob a Presidência do Prof. Edvaldo Farias.O evento foi  coordenado pelo Prof. Rafael Fernandes, Gestor da Sede Tijuca.

Como convidados palestrantes participaram Eduardo Netto, conselheiro CREF1 e diretor da rede Body Tech; André Leta, gestor da Academia Proforma; Paulo Henrique, gestor da Body Planet; Fábio Venlioles, gestor da unidade do SESI; Itamar Amorim, gestor da SmartFit – Recreio; o professor Walnir Cruz, gestor da Unidade Body Tech Rio Sul e Eugenio Corrêa, conselheiro CREF1 e profissional Coach.

Muitas das questões propostas aos palestrantes, tanto pelo prof. Edvaldo, como mediador dos trabalhos, como pelos profissionais presentes no evento, apresentaram sintonia com matérias já postadas neste blog, dentro das quais temos comentado sobre as indiscutíveis, mas nem sempre percebidas, relações entre vocação e escolha consciente da profissão; entre formação e especialização acadêmicas e as exigências reais do mercado de trabalho; entre o desenvolvimento intencional de competências pessoais e técnicas e o êxito na carreira profissional; entre as responsabilidades funcionais e sociais que um profissional aceita ter ao empregar-se e/ou empreender-se dentro de uma instituição e a qualidade dos serviços que presta dentro da mesma e junto aqueles a quem ela atende.

Ainda é difícil para muitos utilizarem uma percepção mais holística sobre nossas questões profissionais, sendo comum que percebam a realidade a partir da parcialidade de suas posições, sem esforçarem-se por integrarem à mesma, dentro de um processo de comunicação interativa e transparente, os interesses e necessidades dos outros segmentos sociais relacionados e envolvidos nelas.

Na busca de soluções para esta realidade que não se diferencia em muito da observada em outros espaços e especialidades do mercado de trabalho dos profissionais de Educação Física, urge que sejam estimuladas oportunidades, como a gerada por este Talkshow, visando estabelecer diálogos sadios entre os segmentos profissionais e, acrescentaríamos numa perspectiva democrática e desafiadora,  os segmentos de formação e especialização acadêmica, do empresariado responsável por instituições empregadoras e, é claro, de representações dos segmentos sociais que são alvo dos serviços prestados pelos profissionais de Educação Física.

Acreditamos que o Conselho Regional de Profissionais de Educação Física do Rio de Janeiro e Espírito Santo – CREF1 RJ/ES, pela sua tradição de luta politicamente responsável e comprometida, principalmente, com a qualidade dos serviços prestados à sociedade e com os justos direitos dos profissionais que representa, é o órgão a nível regional adequado para estimular e empreender a comunicação e o diálogo democrático e saudável entre os segmentos supracitados.


Não há como pensar em “Sucesso de uma Carreira Profissional”, sem incluirmos em nossa reflexão os interesses, necessidades e, principalmente, uma adequada relação entre direitos e deveres de todos os segmentos que para ela concorrem com investimentos diversos e dela esperam o retorno honesto dos mesmos.





Pela união de propósitos que advém de diálogos francos e transparentes, podemos encontrar, sob uma percepção holística, soluções que transcendam, embora contemplem em alguma dimensão, interesses e necessidades individuais.