O sucesso e a satisfação no
emprego, às vezes, tem menos haver com competência profissional específica e mais
com relacionamentos interpessoais. Muitos de nós conhecemos pessoas competentes
que foram remanejadas porque irritavam aqueles com quem trabalhavam. Muitos de
nós conhecemos pessoas brilhantes e talentosas que não foram além de um certo
nível por inabilidade em entrosar-se com chefes e/ou colegas. Algumas dessas
pessoas pulam de emprego em emprego culpando os colegas e/ou superiores
hierárquicos no trabalho por suas dificuldades. Também em posições empreendedoras,
são muitos os que repetem insucessos por suas limitações relacionais com seus
parceiros no empreendimento, fornecedores e clientes.
No
entanto, tanto os que migram para novos empregos, como aqueles que se lançam a
novos empreendimentos, costumam, inconscientemente, repetir os mesmos
procedimentos relacionais inadequados, num
processo constante de auto-sabotagem. É o “Ciclo de Auto-Sabotagem”, conforme descrevem Rosner e Hermes em
seus estudos (2009).
Mas, por que repetimos
atitudes que destroem nossos relacionamentos, tanto no âmbito de nossas vidas
pessoais, como na ambiência de nosso trabalho e, consequentemente, deixando um
rastro indesejado de sofrimento pessoal e insucesso no decorrer de nossa
Carreira Profissional?
É porque costumamos levar
nossas experiências pessoais não conscientemente analisadas para o trabalho. Levamos
nossa personalidade, nossa história e os padrões de relacionamentos anteriores,
inclusive aqueles que construímos com pessoas significativas em nosso processo
de desenvolvimento (pais, irmãos, demais parentes, professores, etc.), reproduzindo
ambiência profissional, tanto o que existe de “OK”, como de “NÃO OK” em
nossa percepção existencial e atitudes relacionais.
É por isso, que muitos costumam
projetar na figura de um chefe ou superior hierárquico exigente, a imagem do
pai e/ou mãe severa que teve. Um colega de mesmo ou semelhante nível funcional
que busque ascensão profissional, pode ser visualizado como rival cruel, se sobre ele for projetada inconscientemente,
é claro, a recordação de vivências familiares desagradáveis com uma irmão ou um
irmão competitivo na luta por aceitação e sucesso na vida familiar de origem.
Dentro do mesmo processo de
reprodução de vivências relacionais, inadequadamente entendidas e, por consequência,
não bem resolvidas, também costuma-se transferir de um ambiente profissional
anterior a um novo, percepções contextuais e atitudes interpessoais não
atualizadas a luz do novo contexto organizacional, alimentando-se assim, o
ciclo inadequado de comportamentos interpessoais não positivos, causadores das
insatisfações pessoais e profissionais.
O caminho para resolvermos
estas questões interrompendo o “Ciclo de
Auto-Sabotagem”, é tomarmos consciência quanto às reincidências
comportamentais não satisfatórias em nossos relacionamentos e buscarmos o
auxílio profissional adequado para compreensão de suas origens e dos “gatilhos” (tipos de estímulos) que
acionam os mecanismos internos responsáveis por deflagrarem as mesmas.
Sem esta consciência é comum
que costumemos projetar em novos contextos, inclusive dentro do espaço de
nosso exercício profissional, como supra
comentado, percepções contaminadas por vivências existenciais passadas, muitas das
quais oriundas de experiências infantis e familiares responsáveis por estados
emocionais profundamente insatisfatórios.
Conscientes destes mecanismos,
poderemos ressignificar nossa percepção quanto a estas vivências e assim
atualizarmos nossas atitudes e comportamentos interrelacionais, interrompendo o
“Ciclo de Auto-Sabotagem” nos âmbitos
de nossa Vida Pessoal e Profissional.
A
compreensão e ressignificação de vivências como estas, que entravam nossa qualidade
de vida e dificultam a satisfação e o sucesso de nossas carreiras profissionais,
como nós que nos impedem de caminhar, é
um dos eixos da intervenção de um Professional
and Self Coaching.
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