Nas duas últimas
postagens comentamos sobre os níveis de consciência do ser humano e estabelecemos
relações entre eles e os estágios ou ciclos de vida das borboletas.
Na verdade,
se percebêssemos com mais sensibilidade e atenção a natureza da qual somos
partes integrantes e interativamente participantes, certamente, mais claramente
compreenderíamos e conscientemente aturaríamos nos âmbitos pessoal,
profissional e social de nossas existências, buscando sempre harmonizá-los como
os ciclos naturais da vida no planeta, pois acreditando ou não nisto, somos
influenciados e influenciamos com nossos sentimentos, pensamentos e ações cada
um deles.
Por termos
compreendido e, portanto aceitado a realidade destas relações tão belamente
apresentadas por Tanis Helliwell(1999), consideramos próprio comentarmos sobre
a necessária harmonia que devemos manter com os chamados ciclos naturais, como
as quatro estações do anos, os ciclos mensais e os ciclos diários.
Para iniciar,
enfocaremos as relações que existem entre as quatro estações do ano e o nosso próprio
ritmo interior, bem como da propriedade de expressarmos a consciência quanto a
estas relações em nossa atuação no entorno onde vivemos.
Por ser
esta a estação do novo crescimento, o tempo em que a terra nos dá energia
abundante para romper o novo solo. É a estação que libera a energia pioneira do
planeta, podendo ser usada para dissipar a resistência. Essa energia pode ser
percebida claramente através da observação de como a semente rompe o solo
rígido do inverno para brotar, gerando uma nova planta.
No Verão, podemos constatar a estação da
fertilidade, através da continuidade que dá a energia gerada pela primavera ao “começar algo novo”. Por isso, é a época própria
para darmos prosseguimento ao que já começamos. É o período da produtividade e
da abundância, quando a natureza realiza muito em pouco tempo.
Para nós, o Verão propicia um tempo de sucesso e
realizações, época de portas facilmente abertas em nosso trabalho e na vida
como um todo.
É importante relembrarmos que
não estamos falando do Verão real e sim do Verão de nossas vidas, como anteriormente
comentamos sobre uma primavera existencial. O Verão
de uma pessoa ou empresa, por exemplo, pode durar muitos anos.
Nesta linha de reflexão, estabelecendo correlações entre os
estágios ou ciclos , seja de nossas vidas, empresas e/ou projetos onde atuamos,
devemos estar atentos à chegada da estação do Outono,
época de finalizar etapas, de decidir que projetos ou trabalho manter, o que
reduzir ou eliminar em nossos empreendimentos pessoais, profissionais e/ou
sociais. Embora ainda estejamos produtivos no Outono,
nosso ritmo tende a ir mais devagar, num processo natural para o inverno que
sucederá naturalmente a este Outono
em andamento.
E a estação do Inverno? Esta, quando correlacionada com nossas
vidas, pode sinalizar para
um necessário período de descanso. Um momento para
nos encasularmos e nos desapegarmos do que não estiver em compasso com o que a
nossa alma deseja que façamos.
Esse pode ser o período
adequado para refletirmos sobre a mudança de direção em nossas vidas e
trabalhos. De diminuirmos o ritmo diário de nossas atividades e horas de
exercício profissional. É o período propício para ocuparmos uma boa parte do
nosso tempo com reflexões sobre nós mesmos e de simplesmente sermos.
É verdade que em nossa
atualidade social não é valorizada uma atitude que propicie o vazio, o silêncio
e a reflexão. Não nos permitimos ao exercício do desapego daquilo que amealhamos,
a menos que tenhamos mínimas garantias de algo em substituição.
No entanto, dentro da linha
de pensamento e correlações que estamos defendendo, não podemos nos esquecer
que sem um Inverno, não haveria terra de plantio que
permitisse o afloramento dos anseios do nosso inconsciente, que é necessário
para a ativação de nosso processo criativo. É o recolher para em seguida
expandir, como naturalmente fez toda natureza e que tão bem representa em suas
belas formas a Arte Marcial do Tai-Chi-Chuan, que desenvolveu-se a partir da
observação dos ciclos e movimentos da natureza.
Precisamos dos Invernos em nossas vidas, se desejarmos também oportunizar
que as sementes brotem em novas Primaveras.
Para vivermos parte da
integralidade de tudo que somos, atentos
não só aos reclamos de nossa personalidade, mas também aos sussurros de nossa
alma, é indispensável que nos empenhemos conscientemente em vivermos e
trabalharmos em conformidade com os ciclos da natureza, divinamente projetados também
em nossas existências pelo Criador.
E você, internauta, costuma respeitar os
ciclos das estações da vida?